24 de maio de 2025
BAURU

Moradores do Águas Virtuosas temem desapropriações de 59 áreas 6b51w

Por Guilherme Matos |da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Guilherme Matos
Além da possível desapropriação, os moradores do Águas Virtuosas enfrentam o abandono

"Fiquei abalada e já chorei muito. É o único bem que tenho e foi tudo conquistado ao longo de muitas gerações". Foi assim que a bióloga Ananda de Barros Barban, moradora do bairro Estância Balneária Águas Virtuosas há 5 anos, reagiu ao descobrir em um grupo de WhatsApp que pode perder a sua casa. x545r

A Prefeitura de Bauru declarou no Diário Oficial do município publicado do dia 10 de outubro de 2024 que a residência dela e outras 58 estão em uma área de interesse público — primeiro o para uma desapropriação.

O decreto assinado prefeita Suéllen Rosim faz parte de uma iniciativa relacionada à preservação ambiental, visto que cita o fato das propriedades situarem-se próximas a uma nascente na região. O texto também autoriza a invocação de caráter de urgência em processos judiciais e terão direito à indenização. O decreto entrou em vigor na data de publicação, mas ainda não houve nenhuma atualização.

A prefeitura, até o momento, não entrou em contato com proprietários dos 59 terrenos. Ananda não sabe para o que a área será utilizada ou quanto vai receber pelo terreno e nem quaisquer informações essenciais para alguém que pode perder sua casa.

A falta de comunicação a respeito dessa questão, inclusive, revolta Ananda, que acredita que a maioria das famílias ainda não soube do problema que se avizinha. "Ficamos sabendo por um grupo de moradores. Não houve contato oficial da prefeitura antes ou depois da publicação [no Diário Oficial]", afirmou.

"O que sabemos é por rumores. Alguns dizem que será feita uma nova lagoa, outros falam em obras de infraestrutura. Não há um projeto apresentado", completou a moradora sobre as dúvidas em relação ao que será feito no local.

Ao lado da casa dela, mora um casal de idosos. Pedro Cunha, 71 anos, e Luzia Cunha, 65 anos, tem como única fonte de renda a plantação que tem no local.

"Se tirarem a gente daqui é a mesma coisa que estarem acabando com nossa vida, matando a gente", disse Pedro ao JC. Ele conta ainda, que mora no local há mais 25 anos e não saberia como se adaptar morando na cidade, caso tivesse que se mudar.

Como não recebeu contato oficial ainda, Pedro acredita que não terá que deixar o local, apesar de estar ciente da possível desapropriação. A reportagem fez contato com a prefeitura, que não respondeu até o fechamento desta edição.