
A proposta de reajuste salarial de 5,53% apresentada pela Prefeitura de Campinas foi rejeitada por unanimidade em assembleia do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal, realizada nesta segunda-feira (26). A istração ofereceu, dessa vez, 7,81% de reajuste específico no vale, mas a categoria nao aceitou. O funcionalismo reivindica 17,62%, alegando a necessidade de recompor a inflação acumulada e perdas históricas.
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A terceira rodada de negociações está agendada para o dia 4 de junho, no Palácio dos Jequitibás. Além do reajuste nos salários, os servidores também pleiteiam aumento no vale-alimentação, hoje em R$ 1.772,37, e no auxílio-nutricional dos aposentados, atualmente R$ 300.
O prefeito em exercício e secretário de Relações Institucionais, Wanderley de Almeida, afirmou que o índice proposto representa o limite da capacidade financeira da gestão, diante da queda na arrecadação e outros compromissos orçamentários da istração.
O sindicato contesta os argumentos. Em nota, a entidade declarou que o orçamento de 2025 ultraa R$ 10 bilhões, que a folha de pagamento está dentro do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal e que a dívida ativa do município supera R$ 14 bilhões.
A direção do sindicato também criticou o que chamou de “estratégia de colocar bodes na sala”, ao mencionar que a Prefeitura usou como justificativa para restringir o reajuste o pagamento de R$ 12 milhões em avaliação de desempenho para 2.883 servidores, previsto para o dia 30 de maio.
A categoria permanece mobilizada e não descarta protestos caso as reivindicações não avancem na próxima reunião.
Sempre bom lembrar que essa é uma negociação salarial em que paira o aumento concedido pelo prefeito Dário Saadi (Republicanos) de 60% para diretores de autarquia, que tiveram os salários reajustados para R$ 37 mil e com efeito retroativo a janeiro. Por isso, a conversa este ano é um pouco mais delicada.
Errata: a coluna informou anteriormente que a prefeitura tinha oferecido 7,81%, mas o índice foi mantido em 5,53%.
Ex-prefeito na prefeitura
No primeiro dia útil como prefeito em exercício, Wanderley de Almeida recebe a visita do deputado federal, Jonas Donizette (PSB), no Palácio dos Jequitibás. Wandão fez questão de postar o encontro nas redes sociais e disse que Jonas “foi o prefeito que deixou para o Dário e para mim uma cidade equilibrada, organizada e com futuro”. Dário Saadi segue em viagem pela Estônia, com um parada na Finlândia.
Aprovado após protesto
A Câmara de Campinas aprovou em definitivo, na sessão desta segunda-feira , o Projeto de Lei Complementar do Executivo que oficializa a destinação de áreas do loteamento Village Campinas para a implantação de unidades de saúde e educação. A votação será realizada na 31ª Reunião Ordinária, com início às 18h, no Plenário.
Segundo a proposta, o objetivo é regularizar a área prevista para uma unidade educacional conforme a Lei Complementar nº 392/2022, e a área onde será construído o Centro de Saúde Village, obra contemplada no programa Novo PAC Saúde, do governo federal.
Antes do início das obras, no entanto, o Executivo ainda precisa cumprir uma série de etapas técnicas, como a elaboração dos projetos executivos, aprovação da Vigilância Sanitária, obtenção da matrícula definitiva do terreno, realização de licitação e do contrato com a empresa vencedora.
Na última sexta, moradores da região protestaram em frente ao Centro de Saúde Village para exigir a construção do novo prédio para o CS.
A aprovação na Câmara é apenas um o, mas ao menos foi dado.
- Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada no Portal Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. E-mail para contato com o colunista: [email protected].