
O Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de Franca publicou, nesta sexta-feira, 30, uma nota de repúdio às falas e atitudes dos vereadores durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de terça-feira, 27, durante a discussão de um projeto de resolução apresentado pela vereadora Marília Martins (PSOL).
O projeto pretendia incluir, no regimento interno da Casa, a proibição de qualquer discriminação relacionada à condição de gênero, raça, etnia, deficiência, religião ou orientação sexual.
A organização vê com "preocupação" os discursos que tentam deslegitimar as pautas feministas, rotulando-as como "exageros" ou "radicalismos". "Ao afirmar que 'pautas feministas' não são bem-vindas ou tratá-las como extremismo, rasga-se simbolicamente o compromisso com a igualdade e institucionaliza-se o desprezo pela luta das mulheres", diz o texto.
O repúdio do Conselho é direcionado às falas do vereador Fransérgio Garcia (PL) durante a sessão. “Não coloque pautas feministas aqui dentro, porque, com certeza, sempre que colocar, esta Casa vai reprovar”, afirmou Fransérgio ao votar contra o projeto que pretendia combater a discriminação.
Na sequência da nota, a organização também abordou o voto "não" ao projeto das vereadoras Andréa Silva (Republicanos) e Lindsay Cardoso (PP). "Causa ainda mais apreensão o fato de mulheres, eleitas para representar a população, optarem por não acolher uma iniciativa voltada à proteção de outras mulheres."
O Conselho finaliza o texto reafirmando o compromisso com uma cidade mais justa, onde o gênero não seja obstáculo. "Jamais aceitará que a defesa da dignidade seja tratada como exagero."
Fransérgio Garcia
O vereador Fransérgio Garcia (PL) afirmou que se tratava de "um projeto mal elaborado" para justificar suas posições. "Ele consistia em proibir qualquer tipo de discriminação contra mulheres trans e mulheres cis dentro da Câmara. Mas por que foi reprovado? E os homossexuais homens? Esses podem sofrer discriminação?", ironizou.
O parlamentar voltou a citar o artigo 5º da Constituição Federal para refutar a necessidade do projeto de resolução. "Ninguém, absolutamente ninguém, pode sofrer qualquer tipo de discriminação, independentemente de gênero, cor, raça, identidade, religião ou deficiência. A lei protege todas as pessoas! E esse tipo de projeto, entendemos, pode desagregar e polemizar em vez de proteger."
O vereador disse que não é contra as mulheres e seus direitos. "Somos contra as pautas feministas da extrema esquerda, pois elas são usadas para gerar polêmica e dividir a sociedade."
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Comentários
5 Comentários
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Helio P. ? 3 dias atrásPutz....que discussão idiota! Já não tem lei federal que trata da proibição de qualquer discriminação? Pra que mais uma lei redundante se já temos mais de 5 milhões de leis no Brasil? E lei para o japonês trans, que é um negro que se sente japonês? E pro japonês trans II, que é o o caucasiano que se sente japonês ? Estes vão ficar descobertos pela especificidade da lei proposta? Ahhh...pessoal, vcs não tem o que fazer? Vamos trabalhar, minha gente!
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Democracia sempre 3 dias atrásEu fico abismado de qualquer mulher votar num sujeito desse. É votar contra seus próprios direitos...... Falo isso e olha que sou do gênero masculino...
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Carlos 3 dias atrásO machismo quando está entranhado na pessoa não sai facilmente. Quanto mais o vereador tenta se justificar pior fica.
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Darsio 3 dias atrásNos Estados Unidos, Trump colocou fim ao financiamento das pesquisas voltadas ao desenvolvimento de vacina contra a Aids e, tal como Herodes que, mandou matar todas as crianças de Belém para se livrar do menino Jesus, usa de todas as forças policiais e militares para invadira casas, igrejas e mercados para que todos os migrantes sejam presos, violentados, deportados ou enviados a prisões de segurança máxima. Mentalidade como essa é compartilhada pelos bolsonaristas que, não escondem o ódio pelas ciências, direitos humanos, democracia e inclusão. Esses boçais dizem que não, mas suas atitudes comprovam tudo isso. E, esse vereador que, até o momento não apresentou um único projeto que possa ser servível as demandas da população, usa da cadeira para destilar seu machismo, tal como fizeram no Senado, seus companheiros de pensamento, com a Ministra, Marina Silva. E, por falar em homens de bem, amantes da pátria, devotos de deus e defensores dos valores da família, sugiro irmos aos prostíbulos e aos motéis que, encontraremos muitos deles.
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Márcio 3 dias atrásCorretíssimo! Senão vai acontecer como naquela música dos Engenheiros...\"todos iguais, mas uns mais iguais que outros\" que cita Orwell.