Quem é Vivi Noronha, alvo de operação contra lavagem de dinheiro

A Polícia Civil do Rio de Janeiro realiza, nesta terça-feira (3), operação contra a influenciadora Viviane Noronha, 20, mulher de MC Poze do Rodo. Ela é suspeita de integrar núcleo financeiro do CV (Comando Vermelho) que teria lavado mais de R$ 250 milhões.
Os valores teriam origem no tráfico de drogas e na compra de armas de uso . A defesa nega a participação de Viviane em qualquer atividade criminosa.
Nascida na comunidade do Rodo, no bairro Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro, Vivi , como é conhecida, acumula 2,9 milhões de seguidores no Instagram e 5,7 milhões no TikTok. Ela produz conteúdo sobre cuidados pessoais, moda e maternidade.
Vivi também tem uma linha de cosméticos capilares e é mãe de três filhos com MC Poze. Ela foi mãe pela primeira vez aos 15 anos, quando o cantor tinha 20 anos.
Em 2024, após idas e vindas no relacionamento, Vivi foi pedida em casamento por Poze no palco Espaço Favela do Rock in Rio. A dupla oficializou a união em outubro do ano ado.
Uma semana após a cerimônia, a influenciadora foi alvo de um mandado de busca e apreensão na Operação Rifa Limpa, que investigou sorteios ilegais divulgados nas redes sociais.
A investigação que tem Vivi como alvo não tem relação com a que mirou Poze na última quinta (29). Ele foi preso sob suspeito de apologia ao crime e envolvimento com o tráfico e solto nesta segunda-feira (2) por determinação do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
A influenciadora promoveu uma grande mobilização contra a prisão do marido e chegou a fazer acusações contra a Polícia Civil. Ela havia programado para esta terça um ato em frente a Bangu 3, onde Poze está preso e de onde deve ser liberado no começo da tarde.
"Não há nenhum envolvimento de Viviane com quaisquer atividades criminosas. Tomaremos conhecimento dos autos e ao fim da investigação é certo que qualquer ilação contra a mesma será devidamente arquivada", afirmou o advogado Fernando Henrique Cardoso.
Os policiais cumprem mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. A operação envolve a Delegacia de Roubos e Furtos, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes e o Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro do Rio.
A ação inclui ainda ordens de bloqueio e indisponibilidade de bens e valores de 35 contas bancárias.
"O esquema criminoso utilizava pessoas físicas e jurídicas para dissimular a origem ilícita dos valores, promovendo o reinvestimento em fuzis, cocaína e na consolidação do poder territorial da facção em diversas comunidades", diz nota da Polícia Civil.
Segundo os investigadores, a apuração revelou a participação de Vivi e de sua empresa como beneficiárias diretas de recursos do CV recebidos por meio de laranjas, com o objetivo de esconder a origem ilícita do dinheiro.
Segundo a polícia, ela ou a ser um dos focos centrais do inquérito. Vivi teria uma posição simbólica na estrutura criminosa -atuaria como elo entre o tráfico e o universo digital, "conferindo aparente legitimidade a valores oriundos do crime organizado e ampliando o alcance da narcocultura nas redes sociais".
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