Estamos próximos de ingressarmos na segunda quinzena de fevereiro e, com muitos problemas, tendo à vista o Carnaval que já vem chegando. Até aqui vemos a economia andando de lado e o Governo um tanto atordoado por muitos problemas que, aliás, na maioria deles, criados pelo próprio Governo.
Em janeiro, os juros básicos da economia – a SELIC subiu de 12,25 % para 13,25 %, o que provocou, de imediato, aumentos nos juros de mercado, tanto para empréstimos às pessoas físicas, como para as empresas. Juros nas alturas que inviabilizam os investimentos empresariais e financiamentos aos consumidores.
Há ainda o agravante de que o Banco Central já comunicou ao mercado, que, em março próximo, os juros subirão para 14,25 % ao ano.
Mesmo com fraco nível de atividade econômica, amanhecemos em 2025 com pressões inflacionárias, com os preços dos alimentos em alta e os manufaturados, influenciados pelo aumento do dólar, que aumenta o custo dos insumos importados, também reando aumentos para o mercado.
Na contramão, o presidente Lula declarou que não pretende enviar mais projetos ao Congresso Nacional, com políticas de redução de gastos. Portanto, mais lenha na fogueira.
Sem falar em eventuais medidas compensatórias, indicou, mais uma vez, que pretende isentar do pagamento do Imposto de Renda, pessoas com renda de até cinco mil reais por mês.
O Governo, para estimular o consumo, anunciou o aumento do prazo de pagamento do Consignado do INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, de 84 meses para 96, para aposentados e pensionistas, estendendo depois para os trabalhadores.
Trata-se de uma medida totalmente inoportuna, que pode provocar um aumento de endividamento desse contingente populacional, que ficará carregando prestações mensais por oito anos ininterruptos.
Com uma dívida interna de cerca de 9 (nove) trilhões de reais, considerando o setor público (municípios, estados, a união e estatais), só de juros anuais o país terá o ônus de quase um trilhão de reais que se transformarão em aumentos na dívida interna, que já supera, ligeiramente, os 77 % do PIB – Produto Interno Bruto.
Os ventos, com as tempestades diárias, começaram o ano com as rodas girando ao contrário para a produção industrial; para o consumo e para o setor de serviços. Somente giram favoravelmente para o agronegócios, com a expectativa de uma produção recorde de 322 milhões de toneladas de grãos.
Entrementes, temos iniciativas positivas para o País, que transcorrerão ao longo deste ano, como as privatizações, através de concessões de cerca de 3.500 quilômetros de rodovias e um pouco mais de 4.000 quilômetros de ferrovias, que melhorarão a logística nacional, com encurtamento de distâncias entre o norte e o sul, e reduções significativas nos custos dos fretes internos e internacional, para as nossas exportações. Naturalmente, que são projetos de maturação de médio e longo prazos. O importante, entretanto, é dar partida nesses projetos.
Messias Mercadante de Castro é professor de economia, Membro do Conselho de istração da DAE S/A e Consultor de Empresas ([email protected])