
A mudança no horário da sessão atingiu o objetivo de trazer mais público à Câmara, que teve plenário lotado, na primeira sessão às 16h. Apesar dos trabalhos terem começado neste horário, ao cair da noite o local ficou cheio.
O presidente da Câmara, Edicarlos Vieira (União), mostrou sua satisfação: “Quero agradecer a presença de vocês na primeira sessão noturna”. O vereador Romildo Antônio (PSDB) também comemorou e ainda alfinetou vereadores que chamam o novo horário de ‘sessão da tarde’: “A Casa está cheia. Isso é sim sessão noturna. Estou vendo trabalhadores participando e só é possível porque mudamos o horário”.
O trabalho dos vereadores de fato começou após às 19 horas. Nas três primeiras horas foram feitas as falas individuais dos vereadores na tribuna e homenagens.
Já durante a votação dos Projetos de Lei (PL), o de n° 14640/2025, que prevê a implantação da escuta especializada para crianças vítimas de violência ou testemunhas, alterando a lei n° 8389/2025 que institui a Política Municipal para Infância e Adolescência de Jundiaí e o Plano Municipal para Infância e Adolescência de Jundiaí-PMIA, foi aprovado por 16 votos. De autoria do vereador Henrique Parra, do Cardume, mandato coletivo do PSOL, a proposta foi defendida inclusive pela delegada Ingrid Carneiro, da Delegacia de Defesa da Mulher de Jundiaí. “A lei federal já prevê e é preciso adequação no município para que avance ainda mais. A escuta especializada é diferente, não é como a oitiva de um adulto”, explicou.
O parlamentar autor do projeto destacou que Jundiaí tem condições de já começar este trabalho. “Tem servidor para realizar a escuta especializada e é um pedido da sociedade. Mas a gestão anterior deixou de investir. Disse ser a cidade das crianças, fez propaganda, mas negligenciou este atendimento”, discursou.
Violência contra mulheres políticas
Outra proposta aprovada foi de n° 14662/2025, que cria a campanha ‘Margarida Alves’, que combate a violência contra mulheres na política. A autora do projeto, Mariana Janeiro (PT), contou sua experiência pessoal: “Quando fui candidata em 2018 tiraram fotos do meu filho saindo da creche, apedrejaram minha casa, tive que mudar. Hoje tenho que fazer campanha com escolta armada”. Ela destacou ainda que o objetivo deste projeto é conscientizar e proteger não só as mulheres candidatas ou com mandatos, mas todas que atuam na política.
Ela teve o apoio das colegas vereadoras Quézia de Lucca (PL) e Carla Basílio (PSD), que falaram sobre a importância do projeto. Quézia aplaudiu a petista de pé e, logo no início da sessão, já havia falado sobre o assunto. “Nós, mulheres, sofremos mais para estar aqui”, disse, se referindo sobre a atuação na Câmara Municipal, que chegou a ter legislatura sem mulheres eleitas.