Movidas por ciúmes e desejo de vingança, duas mulheres foram condenadas a mais de 25 anos de prisão pelo sequestro, tortura e assassinato brutal de uma jovem em Braço do Norte (SC). O crime foi meticulosamente planejado pela mãe e pela atual esposa do ex-companheiro da vítima, que acreditavam que ela era responsável pela prisão do homem, informou o MPSC.
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O desaparecimento aconteceu em 21 de janeiro de 2023, data em que o filho mais velho da vítima completaria anos. Ela saiu de casa de madrugada, sem avisar, e nunca mais voltou. Dois meses depois, o corpo foi encontrado enterrado numa região de mata fechada, após confissão de um dos envolvidos.
As investigações apontaram que as duas mulheres criaram um perfil falso em rede social, fingindo ser o companheiro da ex-sogra, e atraíram a jovem com a promessa de entregar uma carta enviada pelo ex, que está preso. Ao chegar ao local combinado, ela foi surpreendida, perseguida e capturada.
A vítima foi mantida em cativeiro na casa da ex-sogra, onde sofreu agressões diárias, ficou amarrada, amordaçada e foi levada em porta-malas por várias cidades da região. Após dias de tortura, não resistiu e foi morta por asfixia. O corpo foi enterrado num sítio. Uma semana depois, com medo de ser descobertos, os criminosos desenterraram o cadáver e o esconderam em outro local, onde só foi localizado em março.
Na sessão do Tribunal do Júri, as duas mentoras do crime foram condenadas: a ex-sogra, a 29 anos de prisão; e a atual esposa, a 25 anos. Ambas devem cumprir a pena em regime fechado e não poderão recorrer em liberdade.
Outros envolvidos também foram punidos. O companheiro da ex-sogra, que executou a vítima, pegou 21 anos de prisão. Já o filho da ex-sogra, que ajudou na ocultação do corpo e ameaçou um dos cúmplices para que assumisse sozinho a culpa, foi condenado a dois anos e meio de prisão.
Familiares da vítima acompanharam o julgamento emocionados. “Agora ela realmente vai poder descansar e a gente também. Claro que nada disso vai trazê-la de volta, mas vai nos dar paz e certeza de que a justiça foi feita”, declarou a sobrinha.
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que atuou no caso, destacou que o crime foi premeditado, cometido por motivo torpe, com extrema crueldade e sem chance de defesa para a vítima. “Foram condenadas as mentoras intelectuais desse crime bárbaro. Finalmente conseguimos justiça”, afirmou a promotora Daianny Cristine Silva Azevedo Pereira.
O caso teve grande repercussão pela frieza e crueldade dos envolvidos. As condenadas seguirão presas, sem direito a recorrer em liberdade.