VIDAS EM RISCO

Pablo Marçal vira réu por expedição em montanha do Vale em 2022

Por Da redação | Piquete
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução/Instagram
Pablo Marçal no Pico dos Marins, em Piquete
Pablo Marçal no Pico dos Marins, em Piquete

O influenciador, coach, empresário e político Pablo Marçal (PRTB) tornou-se réu na Justiça por colocar em risco a vida de pelo menos 32 pessoas durante expedição ao Pico dos Marins, em Piquete, em 2022.

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A denúncia foi feita pelo Ministério Público e aceita pela Justiça de São Paulo nesta terça-feira (20), em decisão da juíza Rafaela Cardoso Glioche. A magistrada afirmou que a investigação da polícia que acompanha a denúncia do Ministério Público apresenta elementos suficientes para a instauração do processo criminal.

Ela determinou que Marçal seja intimado e apresente resposta à acusação, podendo apresentar o que for de interesse da defesa e especificar provas que pretende produzir e testemunhas que quer chamar.

Marçal foi denunciado 32 vezes com base no artigo 132 do Código Penal, que trata de “expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente”.

O MP chegou a propor a possibilidade de transação penal e sugeriu o pagamento de R$ 272 mil para evitar o processo, mas não houve manifestação da defesa de Marçal.

Segundo a denúncia do MP, Marçal “desprezou a contraindicação dos guias e promoveu a subida ao Pico dos Marins mesmo com as advertências para recuar”. O objetivo do coach, de acordo com o órgão, era mostrar a importância de se correr riscos para vencer e prosperar na vida.

“Entretanto, na medida em que subiam a trilha rumo ao cume, a chuva aumentou, exsurgindo significativa neblina e vento forte, com pouca visibilidade, o que tornava o trajeto inóspito, permeado de lama e pedras escorregadias, afora o risco de hipotermia (algumas pessoas estavam com as vestimentas encharcadas sem peças de troca)”, disse a promotoria.

No documento, o MP cita que Marçal coordenou a expedição nos dias 4 e 5 de janeiro de 2022, em um período considerado crítico para a subida ao Pico dos Marins e sob a alegação de que as pessoas precisavam encarar a escalada para vencer na vida.

Marçal e seus seguidores saíram da base do Pico dos Marins em grupos distintos, mas, durante o trajeto, a chuva aumentou, além de neblina, vento forte e pouca visibilidade.

O documento diz que um dos guias contratados por Marçal alertou que “era inviável prosseguir, advertindo-o dos riscos”.

“Contudo, o denunciado desdenhou dos avisos e chamou o guia de 'covarde', conclamando aos presentes que o seguissem (donde 32 pessoas atenderam tal chamado), expondo, assim, a vida e saúde de todos aqueles que o acompanharam a perigo direto e iminente (inclusive de morte)”, afirmou o MP.

Alguns dos seguidores desistiram da ideia de tentar chegar ao cume e resolveram retornar à base do Pico dos Marins. No entanto, o grupo de 32 pessoas que resolveu seguir continuou enfrentando condições adversas, segundo o MP, como rajadas de ventos de 100 km/h e visibilidade de, no máximo, 10 metros.

O Corpo de Bombeiros iniciou a procura pelo grupo por volta das 6h do dia 5 e, depois de cerca de duas horas de caminhada, os bombeiros encontraram o primeiro grupo -- de 14 pessoas --, distantes a 1,5 km do cume do Pico dos Marins.

Segundo o MP, eles estavam "sem nenhum guia, com roupas inapropriadas para a travessia e encharcadas, parcialmente acampados fora da trilha do Pico dos Marins, os quais foram localizados pelos gritos, todos psicologicamente abalados".

* Com informações do portal G1

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