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Transporte e aluguel: SJC quer que apps recolham ISS de prestador

Por Julio Codazzi | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/PMSJC
Projeto foi enviado pela Prefeitura à Câmara
Projeto foi enviado pela Prefeitura à Câmara

A Prefeitura de São José dos Campos enviou à Câmara um projeto que visa obrigar que as empresas de hospedagem e de transporte por aplicativo abram filiais na cidade e fiquem responsáveis por recolher o ISS (Imposto Sobre Serviços) dos prestadores de serviço que atuam no município.

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No projeto, o prefeito Anderson Farias (PSD) alega que a proposta visa evitar "perdas na arrecadação decorrentes da dificuldade em identificar individualmente todos os prestadores e tomadores de serviços".

Anderson argumenta ainda que "a medida não implica a criação de novo tributo, apenas a adequação da legislação municipal para assegurar isonomia no tratamento tributário, garantindo que todos os prestadores de serviços, independentemente do meio utilizado para ofertá-los, estejam sujeitos às mesmas regras, promovendo um sistema mais justo, transparente e equitativo".

O projeto poderá receber emendas até as 18h dessa quinta-feira (22). Depois, o texto ainda ará pela análise das comissões de Justiça e de Economia antes de ser votado em plenário.

Imposto.

Pela legislação municipal, a alíquota de ISS é de 5% para hospedagem e de 3% para transporte - o projeto cita que a medida seria válida tanto para aplicativos de transporte de ageiros quanto de cargas.

A expectativa da Prefeitura é de ampliar em R$ 2 milhões a arrecadação anual de ISS. O município não divulgou uma estimativa de quantos motoristas e motociclistas de aplicativo atuam na cidade - no caso de hospedagem, seriam mais de 900 imóveis disponíveis para aluguel por meio de apps.

À reportagem, a Prefeitura alegou que, com o projeto, o ISS "que hoje é recolhido somente na matriz da empresa, será recolhido no município onde ocorre a efetiva prestação do serviço", e que "não haverá impactos para motoristas e ageiros, ocorrendo somente a mudança da tributação no destino".

Repercussão.

A Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia), que representa empresas como iFood, 99, Uber, B e Zé Delivery, afirmou que as associadas "são plataformas digitais de intermediação e, como tais, não necessitam ter presença física em todas as cidades em que o serviço está disponível".

A associação afirmou ainda que a legislação federal "determina que toda pessoa jurídica deve receber tratamento isonômico por parte da istração pública, não cabendo a determinação de abertura de escritórios físicos somente para empresas de tecnologia, plataformas digitais e aplicativos de prestação de serviços".

A Amobitec afirmou também que "a proposta legislativa está em desacordo com o Marco Civil da Internet", que "determina a liberdade dos modelos de negócio promovidos na internet", pois, "ao estabelecer a manutenção de escritório físico, é imposta uma limitação à liberdade dos modelos de negócio".

"É importante destacar, ainda, que tributos como o ISS foram incorporados pelas mudanças promovidas pela Reforma Tributária aprovada pelo Congresso Nacional em 2024, justamente para simplificar o recolhimento de impostos e distribuição dos recursos entre todos os entes federativos. Dessa forma, o ISS será gradualmente substituído por um IVA (Imposto sobre Valor Adicionado) Dual, composto pela CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), federal, e pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), dos estados e municípios", concluiu a associação.

Já o Airbnb afirmou que "tem um histórico de trabalho com governos de todo o mundo para estabelecer boas políticas e participar de debates que contribuam para melhorar o ambiente tributário e de negócios, inclusive no Brasil", mas que "o aluguel por curta temporada no país é regulado pela Lei do Inquilinato" e "não está sujeito ao ISS". "A plataforma paga todos os tributos devidos no país, seguindo o regime de tributação aplicado à sua atividade", concluiu a empresa.

Comentários

1 Comentários

  • Alessandro de Lima Mendes 7 horas atrás
    Em outras palavras se for aprovado, vai aumentar o preço do Uber, Ifood, e similares. Mais imposto para a população pagar. Não basta o absurdo que já pagamos, agora esta Prefeitura invendo mais 1 imposto para o joseense pagar.