
Um homicídio em Paraibuna pode estar ligado à série de assassinatos entre duas famílias de ciganos iniciada em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, há cerca de 8 anos. Até o momento, oito pessoas já morreram no confronto entre as famílias.
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Os policiais civis da delegacia de Paraibuna e da DISE (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) de Jacareí já prenderam três suspeitos, dois no dia 23 de maio e um em 28 de março devido ao homicídio e uma tentativa de homicídio, ocorridos em uma chácara de Paraibuna, em 16 de março.
Na ocasião, Kelvin Medeiros foi executado a tiros e Sandro ‘Cigano’ sobreviveu após ataque de dois homens armados. A polícia apreendeu granada no local, que foi usada e não chegou a explodir. Um Vectra preto e Fiat Palio aparecem nas imagens como veículos usados no crime. A investigação detalhada da delegacia de Paraibuna aponta que assassinato em Paraibuna pode ter ligação com série de execuções entre famílias ciganas.
Os crimes aconteceram, de acordo com a polícia civil, por inveja e vingança de mortes adas.
O relatório da investigação detalha que o homicídio e tentativa de homicídio podem estar relacionados a uma cadeia de crimes envolvendo membros de famílias ciganas. A ocorrência foi registrada, na zona rural de Paraibuna, na Estrada do Bairro Bragança, região do Recanto Maria Victoria.
Invasão à propriedade e execução
Segundo o documento, dois homens armados invadiram a propriedade da família por volta das 9h da manhã. A residência tinha sido palco, no dia anterior, da festa de aniversário de uma das filhas de um casal, que tem como pai o homem conhecido como Sandro Cigano.
A esposa de Kelvin relatou que após o ataque pegou o neto nos braços e fugiu sem conseguir ver o trajeto de fuga dos criminosos. Ela descreveu um dos agressores como homem branco, enquanto o segundo não pôde ser claramente visualizado.
A filha dela, ao ouvir os disparos, fugiu pelos fundos da casa e encontrou Kelvin já caído, sem vida.
O filho de Sandro informou que havia sido alertado na noite anterior por um homem sobre “pessoas estranhas perguntando pela família” num bar da cidade, mas ignorou o aviso por considerar que o homem estava bêbado.
Identificação dos veículos
Imagens obtidas por sistemas de segurança privados e do Centro de Segurança e Inteligência (CSI) da Prefeitura de Paraibuna identificaram dois veículos: um Fiat Palio, conduzido pelo irmão de Sandro -- ele alegou ter sido chamado por telefone após o ataque para ajudar o irmão. Durante seu deslocamento, viu um Vectra preto com três ocupantes, um dos quais disparou contra ele quando tentou segui-los.
As testemunhas participaram de procedimento de reconhecimento fotográfico formal. As descrições também se alinham com a imagem do suspéito: “galego”, olhos claros, magro, blusa preta e luvas, além de outro homem moreno, mais forte, também de blusa preta e luvas.
A equipe de Paraibuna identificou forte indício de ligação com Boletim de Ocorrência, registrado em Mogi das Cruzes em 13 de janeiro, onde um casal cigano foi executado dentro de casa por dois homens armados. Nada foi levado das vítimas, o que reforça a motivação por retaliação familiar.
“Essa sequência de crimes teve início no Rio de Janeiro e persiste até hoje”, relatou o filho de Sandro.