
Um mural coletivo foi pintado na avenida Marechal Deodoro da Fonseca nesta semana, em Taubaté, manifestando oposição à instalação de termelétricas na região. A atividade foi conduzida pelo professor e artista plástico Aron Pereira, em muro cedido pelo Lar Escola Santa Verônica.
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De caráter artístico e de protesto, a obra soma-se às mobilizações de diversos setores da sociedade contra o projeto da Usina Termelétrica São Paulo (UTE São Paulo), planejado para Caçapava.
Ao lado do mural, um QR Code direciona para uma plataforma com diversos materiais informativos sobre os riscos das termelétricas na região, incluindo estudos técnicos, manifestos e formas de engajamento.
Desde seu anúncio, em 2022, mais de 10 municípios da região já emitiram moções contrárias ao projeto. O Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) publicou um manifesto assinado por cientistas internacionalmente reconhecidos, como Carlos Nobre e Wilson Cabral, destacando os riscos associados à usina.
A sociedade civil também tem se mobilizado, com protestos e manifestações contrárias, como ocorreu durante as audiências públicas realizadas em julho de 2024, que precisaram ser suspensas devido à intensa rejeição da comunidade, segundo parecer técnico do Ibama.
Se instalada, a UTE São Paulo seria uma das maiores da América Latina, com capacidade para a geração de 1,74 GW, e movida a gás natural de origem fóssil. O principal argumento de especialistas contra o empreendimento diz respeito à geografia do Vale do Paraíba que, cercado por serras, criaria um "efeito bacia" concentrando poluentes da termelétrica, e agravando riscos à saúde.
A usina também causaria impactos aos recursos hídricos, à agricultura e ao turismo, setores vitais para a economia local. Esses fatores combinados poderiam criar um problema ambiental crônico para toda a população do Vale.
Desde 1989, este é o 6º projeto de termelétrica proposto para o Vale – os anteriores foram barrados pela forte oposição popular e científica.
Igreja.
No último sábado (24), a Paróquia São Pio 10, em Caçapava, sediou o evento “Cuidar da natureza do nosso Vale, sem termelétrica!”, organizado pela Pastoral da Ecologia Integral e outras entidades.
A iniciativa reuniu cerca de 80 pessoas para uma mesa redonda sobre os impactos do empreendimento, seguido por uma marcha até o Parque Municipal da Moçoca, reforçando a conscientização da comunidade.