
A possível liberação dos rodeios em Taubaté voltou a ser pauta na Câmara Municipal. A prática está proibida na cidade desde 2009, mas um novo projeto de lei apresentado pelo vereador Bilili de Ângelis (Progressistas) pretende reverter essa decisão e autorizar montarias em touros, provas equestres, cavalgadas e outras atividades similares.
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Defensores da proposta argumentam que os rodeios movimentam a economia e fomentam a cultura regional. “O rodeio não só fomenta a cultura, hotelaria e turismo de Taubaté, como também de cidades vizinhas”, destacou Vinicius Viana, produtor de rodeios, em entrevista à Band Vale.
O texto do projeto determina exigências específicas para garantir o bem-estar dos animais, como a presença de veterinários, estrutura adequada nos currais e transporte apropriado. Além disso, está prevista a destinação de 3% da arrecadação dos eventos para a causa animal. “Só em São José, um rodeio arrecada cerca de R$ 50 milhões. Isso geraria R$ 1,5 milhão para a causa animal — valor que não se vê por ano em Taubaté”, afirmou o autor da proposta.
Já entidades de proteção animal criticam duramente o projeto. O presidente do Conselho Municipal de Proteção e Bem-Estar Animal de Taubaté afirma que os rodeios são a principal causa de maus-tratos a animais de grande porte e representam um retrocesso para a cidade. “Esse estresse emocional, essa violência contra os animais, não pode voltar a existir em Taubaté”, disse Afonso Neto.
A voluntária Marina Dias, do santuário Filhos de Shanti, em Pindamonhangaba, também se posicionou contra a proposta. O local abriga mais de 150 animais resgatados de situações de maus-tratos. Segundo ela, os movimentos realizados por bois e cavalos nas provas de rodeio não são naturais. “Eles são submetidos a sofrimento físico e dor para reagirem daquela maneira”, afirmou.
O projeto segue em discussão e ainda não tem data para ser votado em plenário.