Os trabalhadores da Eaton, na zona sul de São José dos Campos, recusaram nesta segunda-feira (2) a proposta de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) apresentada pela empresa. A decisão foi tomada em duas assembleias realizadas ao longo do dia e reflete o descontentamento da categoria com as condições oferecidas. 54361d
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A proposta mantinha o valor de R$ 5.700, o mesmo pago no ano anterior, condicionado ao cumprimento da meta de produção diária de 70 mil válvulas automotivas. Os funcionários, no entanto, reivindicam um valor de R$ 10 mil, além da criação de um auxílio-farmácia e o reajuste do vale-alimentação para R$ 750.
“A recusa mostra que os trabalhadores estão cansados de acordos que não valorizam seus esforços. A fábrica insiste em repetir uma proposta abaixo das expectativas”, disse José Dantas Sobrinho, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos. Ele ainda relembrou que, somente neste ano, a categoria já realizou duas paralisações, em janeiro e março, e não descarta novas greves.
A Eaton, que atua no setor de autopeças, tem sido criticada por apresentar a menor proposta de PLR da região. Outras empresas do segmento, como a TI Automotive, firmaram acordos superiores, chegando a R$ 10.200.
Durante as negociações, a direção da empresa alegou queda no volume de produção e um cenário desfavorável no setor automotivo como justificativa para manter o valor. Entretanto, dados do balanço financeiro do primeiro trimestre de 2025 apontam crescimento de 13,3% no lucro da companhia.
Outro ponto de tensão é o regime de trabalho adotado na planta — escala 6x1 — considerado prejudicial à saúde e bem-estar dos funcionários.
“Os argumentos da empresa não se sustentam diante dos resultados positivos já divulgados. Além disso, há denúncias de pressão sobre os trabalhadores para que aceitem uma proposta que não atende às suas necessidades”, declarou Adriano André Lopes, também diretor do Sindicato e funcionário da Eaton.
A fábrica, especializada na produção de válvulas para o setor automotivo, emprega cerca de 550 pessoas.