ELES EXISTEM?

Ex-oficial do Pentágono comenta silêncio do Brasil sobre Ovnis

Por Will Baldine | Jornal de Piracicaba |
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução
Ele afirmou que o governo brasileiro preferiu adotar uma postura cautelosa para evitar comprometer relações diplomáticas
Ele afirmou que o governo brasileiro preferiu adotar uma postura cautelosa para evitar comprometer relações diplomáticas

O ex-oficial do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, Luis Elizondo, afirmou em entrevista à CNN que o Brasil optou por silenciar investigações sobre objetos voadores não identificados (óvnis) durante a década de 1970 por razões ligadas ao contexto político da época. Elizondo chefiou o Programa de Identificação de Ameaças Aeroespaciais Avançadas (AATIP), vinculado ao Pentágono, e relata esses episódios em seu livro “Iminente — Os bastidores da caçada do Pentágono a óvnis”.

A missão Operação Prato

A obra menciona a Operação Prato, conduzida pela Força Aérea Brasileira entre 1977 e 1978, durante o regime militar. A missão ocorreu na cidade de Colares, no arquipélago do Marajó, no Pará, com o objetivo de apurar relatos sobre luzes voadoras, objetos não identificados e supostos efeitos físicos causados à população local.

O caso ficou conhecido como “chupa-chupa” devido aos depoimentos de moradores que descreveram sensações físicas após os avistamentos, incluindo marcas na pele. A investigação foi encerrada sem a apresentação de conclusões definitivas pelas autoridades militares brasileiras.

Relações diplomáticas

Segundo Elizondo, durante o período da Guerra Fria, havia receio de que as aparições estivessem relacionadas a tecnologias desenvolvidas por potências estrangeiras, como Estados Unidos ou União Soviética. Ele afirmou que o governo brasileiro preferiu adotar uma postura cautelosa para evitar comprometer relações diplomáticas.

“Talvez uma dessas tecnologias fosse secreta, acidentada em território brasileiro, seja americana ou russa. O Brasil queria agir com prudência para não afetar parcerias internacionais”, declarou.

O ex-oficial também avaliou que a abertura recente de países como Estados Unidos, Rússia e China em relação ao tema pode facilitar futuras discussões sobre o assunto no Brasil. “Agora que outras nações estão se posicionando, acredito que o Brasil poderá tratar desse tema com mais liberdade, inclusive internamente”, disse.

Os acontecimentos de Colares já foram retratados em produções audiovisuais, como o documentário “Investigação Alienígena”, da Netflix, e o podcast “Operação Prato”, do Globoplay.

O livro de Elizondo, lançado no Brasil em abril pela editora HarperCollins, apresenta registros do período em que liderou o AATIP, além de relatar os obstáculos enfrentados para tornar públicas as investigações. A publicação também menciona pressões de grupos religiosos e do setor aeroespacial. De acordo com o autor, os debates iniciados por ele contribuíram para que o Congresso dos EUA asse a destinar recursos oficiais para o estudo de fenômenos aéreos não identificados.

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