ANTES DE DEPOR

Deputado aciona PGR por telefonema de Bolsonaro a Mourão

Por | da Redação
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Reprodução/Valter Campanato/Agência Brasi
Bolsonaro teria telefonado para Mourão com o objetivo de influenciar o conteúdo de seu depoimento.
Bolsonaro teria telefonado para Mourão com o objetivo de influenciar o conteúdo de seu depoimento.

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), apresentou uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando a abertura de investigação sobre a ligação feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ao senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), na véspera do depoimento do parlamentar ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo revelado pelo colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, Bolsonaro teria telefonado para Mourão com o objetivo de influenciar o conteúdo de seu depoimento, sugerindo que o senador enfatizasse pontos que considerava relevantes para sua defesa. Mourão depôs ao STF no último dia 23 como testemunha de defesa de Bolsonaro e dos generais da reserva Augusto Heleno, Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, todos réus na investigação sobre tentativa de golpe.

Na representação, Lindbergh afirma que a ligação pode configurar crime de obstrução de Justiça, por potencialmente interferir na independência do depoimento e embaraçar as investigações. “Ainda que não haja ameaça expressa, há evidente desvio de conduta por parte de Jair Bolsonaro ao procurar diretamente uma testemunha chave no momento mais sensível da apuração: a fase de coleta da prova oral”, argumentou o parlamentar.

O deputado petista apresentou quatro solicitações à PGR:

A abertura imediata de investigação criminal ou o aditamento ao inquérito já em andamento no STF.

A requisição, mediante autorização judicial, de registros telefônicos, metadados e eventuais mensagens trocadas entre Bolsonaro e Mourão.

A realização de novo depoimento de Mourão, para esclarecer o conteúdo e o contexto da ligação.

A solicitação ao STF para que proíba Bolsonaro de manter qualquer tipo de contato, direto ou indireto, com testemunhas envolvidas na ação penal sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.

Procurado pela coluna, Bolsonaro não se manifestou até o momento. Mourão, por sua vez, afirmou que a conversa com o ex-presidente foi “genérica”, buscando minimizar a repercussão negativa do episódio.

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