ECONOMIA

Inflação caiu, mas cuidado!


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O IPCA de janeiro registrou uma alta de 0,16%, em linha com a nossa projeção e abaixo da mediana do mercado, de 0,17%. Em 12 meses, a inflação acumula alta de 4,56%. Embora o IPCA de janeiro tenha vindo em linha com o esperado, a leitura mostrou comportamento melhor do que o indicado pelo IPCA-15 de janeiro, mais especificamente na parte qualitativa. Cuidado! O preço da energia caiu por um acordo que distribuiu bônus, reduzindo 14% no valor, o que não se repetirá. A pressão inflacionária continuará e com ela a manutenção da taxa de juros em níveis elevados, com tendência de alta.

Volume de serviços demonstra desaceleração da economia

O volume de serviços no Brasil recuou 0,5% em dezembro de 2024, segundo resultado negativo consecutivo, acumulando perda de 1,9% nos dois últimos meses do ano. Já na comparação com dezembro de 2023, o volume de serviços cresceu 2,4%, nono resultado positivo consecutivo.

Também houve queda no varejo

Em dezembro de 2024, o volume de vendas no comércio varejista nacional recuou 0,1% frente a novembro, na série com ajuste sazonal. A média móvel trimestral teve variação nula (0,0%). No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças; material de construção; e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas caiu 1,1% em dezembro, na série com ajuste sazonal. A média móvel trimestral apresentou variação de -0,7%. Na comparação com dezembro de 2023, o varejo ampliado cresceu 1,4%, enquanto em 2024 acumulou alta de 4,1%.

Transferências PIX: R$ 60 trilhões

As transferências por Pix entraram na rotina do brasileiro e, em pouco mais de quatro anos, ultraaram os R$ 60 trilhões movimentados. A marca foi alcançada agora, em 2025.

Inflação americana veio acima do esperado

O Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA (BLS) publicou que o índice de preços ao consumidor americano (I), ajustado sazonalmente, subiu 0,5%. Já no acumulado em 12 meses, a inflação registrada foi de 3,0%, um aumento de 0,2 ponto percentual em relação ao que o mercado esperava, e 0,1 % em relação ao que foi apresentado em janeiro de 2024. O crescimento dos preços segue se concentrando nos setores de habitação, contando com um aumento de 0,4%, contribuindo para mais de 30% do aumento total de preços, dando sinais de reversão do arrefecimento visto no fim do ano ado. Em relação ao núcleo do I, medida que desconsidera os setores mais voláteis (alimentação e energia) também veio acima do consenso leitura mensal com 0,4%, totalizando 3,3% nos últimos 12 meses, acima dos 2,9% esperados pelo mercado e voltando a níveis de outubro do ano ado. O mercado a a precificar uma probabilidade cada vez menor de cortes de juros em setembro, com as projeções mudando para dezembro para o primeiro corte de 25 pontos. Já não é totalmente descartado que haja movimentos de altas. Ativos de risco reagem com quedas nesta abertura, e juros futuros sobem.

E eu com isso?

Caso a taxa de juros americana permaneça elevada, a tendência é atrair investidores, saindo de países emergentes como o é o caso do Brasil. Isso pode pressionar a taxa de câmbio, e se isso ocorrer, contaminar os preços domésticos, ou seja, inflação. Isso exigirá mais taxa de juros por aqui, travando a economia. A ver.

Ministério da Fazenda projeta indicadores piores para este ano

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda divulgou o documento que traz perspectivas para o ano de 2025, no qual avalia que a economia brasileira deverá desacelerar e que a inflação continuará estável — próxima de 5% neste ano. Além disso, avalia que as tarifas de importação sobre ferro, aço e alumínio, dos Estados Unidos, "devem exercer impacto limitado nas exportações brasileiras, se efetivamente implementadas". Lembrando que o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou decreto que impõe tarifas de 25% para todas as importações de aço e alumínio para o país a partir de 12 de março, o que gerou preocupações do setor produtivo e do governo brasileiro. Para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, o Ministério da Fazenda reduziu sua projeção de 2,5% para 2,3%. Já para o crescimento da inflação, o Ministério da Fazenda revisou sua projeção de 3,6% para 4,8% em 2025. Nas contas públicas, a equipe econômica estima que haverá "continuidade do processo de busca por sustentabilidade fiscal, com foco no controle da dinâmica de crescimento das despesas de acordo com os limites do arcabouço fiscal e no atingimento da meta de resultado primário" (déficit zero).

Mude já, mude para melhor!

Enquanto os oportunistas buscam vantagens imediatas sem considerar as consequências, aqueles com bons propósitos agem com integridade e visão de longo prazo, visando o bem comum. Mude já, mude para melhor!

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