Nós, da ala do PDT cirista, nacionalista e desenvolvimentista, estamos vindo a público expor a diminuição orgânica e partidária do PDT Bauru, pelas seguintes razões.
A recente candidatura do professor Xaides à prefeitura de Bauru escancarou um cenário preocupante dentro do PDT local. Mesmo tendo recebido vultosos recursos do partido - valores consideráveis que poderiam ter impulsionado uma campanha competitiva - Xaides teve um desempenho eleitoral pífio, ficando abaixo de candidatos que contaram com muito menos estrutura e verba, como é o caso do representante do PSOL.
A pergunta que fica é: como um candidato com tamanha vantagem financeira não conseguiu mobilizar o eleitorado? A resposta pode estar menos nas urnas e mais nos bastidores. Xaides, ao invés de construir uma campanha plural e representativa, preferiu transformar o PDT em projeto pessoal, esvaziando o partido de sua diversidade histórica.
Em vez de liderar de forma democrática, centralizou as decisões, afastando militantes, desmobilizando antigas lideranças e sufocando a construção coletiva. Os próprios indígenas urbanos sumiram na campanha eleitoral, pois não havia representação destes na chapa de vereadores.
Com temas pontuais e limitados, não deu variância aos problemas municipais que são muitos e de diversas áreas. Se limitou à verborragia constante sobre Plano Diretor e Estatuto da Cidade.
O resultado foi um partido enfraquecido, sem unidade e sem representação popular real - algo que se refletiu diretamente nas urnas. Não se trata apenas de um fracasso eleitoral, mas de um retrocesso político para a esquerda bauruense. O PDT, que já teve protagonismo na cidade, agora se vê à margem, por conta da condução personalista e pouco estratégica de sua atual liderança.
É urgente que se reestruture o PDT em Bauru com responsabilidade, diálogo e, principalmente, com representatividade. Defendemos a construção de uma nova nominata que contemple, de forma justa, os diferentes grupos políticos que compõem a legenda - não apenas os aliados diretos de Xaides. A executiva do partido precisa ser plural, democrática e aberta à participação de todos os setores comprometidos com um projeto progressista verdadeiro.
Chegou a hora de devolver o partido à sua base, às suas ideias e à sua história. O PDT não pode ser instrumento de vaidades individuais, mas sim uma ferramenta de transformação coletiva.