Todos conhecemos a sigla DDD: Discagem Direta à Distância, que substituiu o antigo sistema em que solicitávamos ligações interurbanas às telefonistas. Proponho agora um novo significado: Democracia Direta Digital.
A vida é fluxo contínuo e ininterrupto, em constante evolução, exposta às exigências das circunstâncias. Não há retorno nem atalhos. A natureza aproveita ao máximo suas oportunidades, replicando padrões de forma fractal — do micro ao macro.
Diante de uma população em massa, o processo democrático é, essencialmente, a escolha por maioria. Nesse cenário, a informatização e os meios digitais são instrumentos naturais e necessários para viabilizar decisões coletivas.
A democracia representativa surgiu da necessidade de delegar decisões. No entanto, muitos eleitos não representam seus eleitores, nem assumem compromisso com suas demandas. O modelo atual carece de mecanismos de correção e recall, e seus ciclos eleitorais são lentos diante da urgência e velocidade do tempo digital.
Já a democracia direta permite que o cidadão decida, sem intermediários, no momento e contexto da demanda. E o meio digital — já consolidado para movimentações financeiras seguras — oferece ferramentas adequadas para isso. Com smartphones e aplicativos, estamos digitalmente alfabetizados.
Assim, é natural que a democracia evolua: do voto ocasional para a participação constante em temas relevantes, como já ocorre em referendos e plebiscitos. A vida democrática pode tornar-se um fluxo contínuo de decisões coletivas validadas digitalmente.
Não se propõe que todas as decisões em pela Democracia Direta Digital, mas muitas podem — e devem — ser tratadas assim.
Este ensaio apenas registra algo que já acontece em outros países, com resultados positivos. A hora chegou. Temos as ferramentas em mãos e queremos participar diretamente, sem intermediários. É uma proposta. Talvez, o tempo dela tenha chegado.