ENSINO SUPERIOR

Conselho aprova participação da USP no Enade após 21 anos

Por Bruno Lucca | da Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/Portal da USP
A participação da USP no Enade é alvo de discussão desde a criação do exame federal, em 2004
A participação da USP no Enade é alvo de discussão desde a criação do exame federal, em 2004

O Conselho de Graduação da USP aprovou a participação da instituição no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) a partir de 2025.

A decisão, do último dia 15, agora chega à instância máxima da universidade: o Conselho Universitário. Lá, a tendência é que ela seja referendada ainda em junho, segundo diretores.

Neste ano, somente as licenciaturas da universidade participam da avaliação, que é aplicada pelo MEC (Ministério da Educação). Os coordenadores dos cursos, responsáveis por inscrever os estudantes, já estão sendo convocados para reuniões de alinhamento sobre o tema.

A participação da USP no Enade é alvo de discussão desde a criação do exame federal, em 2004. Naquele ano, a reitoria boicotou a prova por desavenças em relação à amplitude e à qualidade do teste, considerado inferior ao próprio sistema de avaliação da instituição.

Essas críticas permanecem. Nos conselhos das faculdades, a comunidade acadêmica lamenta a implementação do exame, argumentando haver o risco de piora dos cursos devido aos efeitos secundários de ser avaliada por um exame classificado como de simples demais.

Professores e diretores dizem também que, aderindo a uma forma de regulação, a universidade perde a chance de desenhar avaliações próprias, ricas e multifacetadas dos seus cursos.

Além disso, para a maioria das graduações da instituição, com menos do que 50 concluintes por ano, há a preocupação que os números gerados pelo Enade levem a indicadores instáveis para fundamentar políticas educacionais.

Olhando só para as licenciaturas, segundo o Censo de Educação Superior, somente 5 dos 34 cursos na USP têm mais do que 50 graduados em média dos últimos cinco anos.

O Enade, aplicado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), ligado ao MEC, é uma avaliação obrigatória aos alunos do último ano de cursos de graduação. A prova compõe o sistema de avaliação e regulação do ensino superior. O exame mede os aspectos da formação geral e específica dos estudantes.

A prova tem 40 questões, sendo dez delas de conhecimentos gerais e 30 de conteúdos específicos da área de formação do estudante.

Em 2024, o governo Lula (PT) criou o Enade das licenciaturas, prova com mais foco na avaliação das competências docentes adquiridas durante o curso em vez do domínio dos conteúdos disciplinares de cada área.

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