OPINIÃO

Proatividade no bem


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Durante nossas encarnações temos muitas oportunidades de fazer o bem, de colocar em prática o amor que nosso mestre Jesus tanto nos ensinou e é nosso dever fazer isso no limite de nossas forças. Segundo nossos irmãos do mundo espiritual, um grande motivo de angústia que podemos ter após desencarnarmos, é quando tomamos consciência de que não fizemos todo o bem que poderíamos ter feito, desperdiçando muitas oportunidades importantes.

No decorrer de nossa existência, a maioria de nós tende a internalizar o dever de não praticar o mal e realizar o bem. Entretanto, entre esses dois extremos, há um estágio intermediário representado pela omissão comportamental. Trata-se de uma postura muito comprometedora à nossa evolução e que interfere em toda a humanidade, pois muitas atrocidades cometidas ao longo da história ocorreram devido à omissão das pessoas envolvidas. Em nossa atual condição evolutiva, não basta somente não fazermos coisas ruins, pois quando não praticamos ativamente o bem, já estamos fazendo o mal. Assim, nós somos os responsáveis e sofremos não somente pelo mal que praticamos, mas também pelo bem que deixamos de fazer e por todas as consequências disso resultantes.

Caso sejamos os culpados pela imperfeição presente nas instituições, nos governos, nos ambientes de trabalho, no funcionamento da sociedade e sobretudo nas relações humanas, é porque o imperativo do bem não é a nossa prioridade. Infelizmente, deixamos de praticá-lo em situações e contextos em que a nossa boa vontade e empatia são altamente requeridas. Não cogitamos que pequenas ações e iniciativas de nossa parte poderiam ser implementadas, o que certamente resultariam em benefícios a todos. O nosso engajamento em fazer o bem, além de ajudar em nossa própria iluminação, atenua muitas dificuldades dos nossos semelhantes. Evitar a prática maléfica constitui apenas um dos nossos desafios, mas já não é suficiente à nossa evolução.

A nossa omissão no bem também reflete a nossa condição moral e pode ser uma das grandes causas de nossas adversidades. Segundo o livro O Céu e o Inferno: “Não fazer o bem quando podemos é, portanto, o resultado de uma imperfeição. Se toda imperfeição é fonte de sofrimento, o Espírito deve sofrer não somente pelo mal que fez como pelo bem que deixou de fazer na vida terrestre.” Dessa forma, a ausência de atitudes concretas no sentido do bem provoca consideráveis infortúnios.

A verdadeira pessoa de bem é aquela que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade na sua mais completa pureza. Interroga a sua consciência sobre os atos praticados, pergunta se não violou essa lei, se não cometeu nenhum mal, se fez todo o bem que podia, se ninguém teve que se queixar dela, enfim, faz para os outros tudo o que queria que os outros lhe fizessem.  Chico Xavier nos disse: “Tudo que pudermos fazer no bem não devemos adiar... Carecemos somar, digamos, uma energia dinâmica que se sobreponha às forças do mal... Ninguém tem o direito de se omitir.”

Eduardo Battel é médico urologista, expositor Espírita e Coordenador da Liga de Medicina e Espiritualidade da FMJ ([email protected])

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